20 de maio de 2010

Paulina Rubio - sucesso com sangue mexicano

Por Danielle Di Carla

Após a excelente dica de leitura que tivemos, apresento-lhes ou me coloco à disposição para que possamos discutir, no bom viés da palavra, sobre música, teatro, dança, independente qual vertente siga ou de qual país venha.

Estava durante o fim de semana assistindo ao prêmio Billboard, que é como se fosse um OSCAR da música latina. É exatamente sobre isso que venho falar com vocês.

A energia positiva do prêmio e do povo porto-riquenho presente transcendiam as telas da TV e isso me surpreendeu. Foi assim que surgiu na tela Paulina Rubio, você já escutou esse nome por aqui alguma vez?

 
Foto: Reprodução

Eu me recordava vagamente de já ter escutado, mas não lembrava quando e nem onde. Sabia apenas que seu nome não me era estranho. Conversando com uma amiga mexicana que conheci na Espanha, perguntei se ela conhecia Paulina Rubio? E sem formalidades ela me contestou em segundos “La Pauli”? “Não se lembra como eu a imitava?”

Curiosa, insisti nas perguntas, afinal, Paulina logrou nada mais nada menos que o prêmio Billboard 2010 como artista do ano. Mexicana, Paulina leva a multidão à loucura. E eu sequer entendia o “por que”... de onde ela teria conseguido tanto sucesso? Nesse momento parei para pensar que seu nome daria um ótimo post. Afinal o que a internet tem de melhor é a possibilidade que temos de superar fronteiras, se deparar com curiosidades e conhecer distintas culturas sem sair da nossa própria casa.

Para aqueles que não a conhecem, Paulina é uma estrela da música mexicana desde pequena. Durante os anos 70 estrelou um grupo de crianças chamado “Timbiriche”. Nesse mesmo grupo cantava Thalia – famosa no Brasil pelas novelas mexicanas do SBT, quem não se recorda? De acordo com a minha fonte (gracias Fafá!), Paulina e Thalia sempre tiveram grandes rivalidades, pois com o término do grupo, ambas conseguiram enorme reconhecimento nas principais paradas de sucesso dos nossos hermanos.

Deixo aqui meus PARABÉNS para Paulina pelo reconhecimento do seu trabalho, mas contesto tal rivalidade com Thalia, afinal, há espaço para todos! Exatamente por isso as colocaremos aqui lado a lado.

O importante para nós do Esquina Cultural não é defender crenças, e sim, falar e discutir sobre música, independente da sua origem. Antes que eu me esqueça, “un saludo” para todo o povo mexicano!

Paulina Rubio

Thalia

Vamos agitar esse blog pessoal... como dizem nossos hermanos “mi casa es su casa”!!!!

Sejam bem-vindos e vamos comentar...

Abraços.

16 de maio de 2010

Dica de leitura- Leite Derramado

por David Goulart

Recentemente li o livro Leite derramado, do cantor, compositor e escritor Chico Buarque de Holanda. Abaixo segue um comentáio que fiz sobre essa obra e algumas correlações com a realidade brasileira.

A leitura do livro Leite Derramado, foi uma boa experiência, gostei da forma que a história é narrada,
é um livro meio que não linear, porque ele vai e volta em determinados acontecimentos várias vezes.
Isso, é bom pelo tipo de história que é contada, não fosse assim, seria muito cansativo.

Apesar de muitas vezes o personagem principal se perder em seus relatos, essa perda não quer dizer que é uma característica da ficção, quem lê esse livro tenho certeza que se lembra de alguém mais velho que alguma vez tentou lhe contar uma história, ou que sempre contava a mesma história, mas que sempre adicionava um fato novo, ou esquecia de um detalhe que de tão importante poderia ter mudado o rumo da história.

Sem contar que é uma forma leve para enterdermos um pedaço da História de progresso e degradação do Brasil.

Outro ponto importante é quando percebemos que para o personagem principal, o tráfico de negros era algo normal, já o de drogas não. No mundo real também tem pessoas que pensam assim.

Talvez, esse pensamento exista pela forma de cultura que muitas pessoas conheceram e foram criadas. Antes, era normal para um branco crescer entendendo que o negro era um objeto de mando e desmando por parte de outros seres humanos.

Hoje, em dia isso não acontece, pelo menos não como antes.
Talvez esse conceito, essa forma de opressão tenha passado por uma mutação, agora são os menos favorecidos economicamente. Não digo nem de estudo, porque muitas vezes mesmo alguém que tem formação acadêmica intelectual e não dispõe de boas situações financeiras, encontra-se por vezes em situações em que um Big Boss avarento tenta fazer dele mera ferramenta capitalista.

Bom, voltando ao foco, esse exemplo que citei em relação as atitudes de uma grande parte do empresariado, isso pode, porque estamos em um mundo capitalista e as empresas visam lucro, ninguém tem uma arma na cabeça para trabalhar e ganhar o que não acha justo. É essa frase que muitos diretores dizem ao serem cobrados pelos seus funcionários.

Mas, o que outros países faziam antigamente com o Brasil, de oferecer míseras ajudas a nosso país, em troca de consumo exclusivo e não transferir tecnologia, se negar a pagar impostos aqui dentro, entre outros. Essas ações eram erradas. É o que a maioria das pessoas no Brasil diz hoje.

Pra mim é tudo igual, empresário que pensa em pagar salário baixo ou salário de mercado, para obter mais lucro e depois comprar mansão na Califórnia, carros milionários etc. Em vez de ajudar no auxílio a educação dos empregados, ou contibuir para uma melhora da qualidade de vida dos que trabalham para o sustento da empresa.

Consciência é uma questão cultural e de compaixão.

Viu, como a leitura de um livro pode nos levar a reflexão da realidade ?

Leia sempre. Exercite sua mente.

14 de maio de 2010

Naturalmente ARTE

por Danielle Di Carla

Preocupado com o desperdício da madeira, Hugo França é comprometido com a natureza. Suas criações, internacionalmente reconhecidas, são feitas a partir de árvores centenárias mortas pela ação destrutível do homem.


Dessas árvores saem objetos decorativos tão raros e peculiares quanto a criatividade de seu designer, que acredita piamente na transformação cíclica dos objetos através da criação. O convívio entre o homem e a árvore vem sendo desprezado.

E é justamente nesse ponto que a obra de França é exaltada, pois, busca a reaproximação com o convívio humano de um dos ícones naturais mais importantes - a árvore. E é por ela que tudo se inicia e finaliza. Através dos buracos, marcas de rachaduras ou queimadas, França retira sua mais escondida inspiração.


A maneira que procura intervir na matéria-prima advém de uma sensibilidade artística e interpretativa de como preservar a natureza, suas formas e texturas.

Vale a pena conferir!

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Fotos: Reprodução

9 de maio de 2010

No caminho do sucesso...

por Danielle Di Carla

Boa tarde a todos!

Hoje estou aqui para falar um pouco mais do movimento que é a mais nova sensação das principais casas noturnas de São Paulo - o SERTANEJO. E para ser mais específica, entrando na onda de sucesso do Sertanejo Universitário, juntamente com a equipe do Esquina Cultural tenho o prazer de abrir espaço para cantores e/ou grupos musicais que ainda estão na luta para lograr seu merecido espaço. Acredito que todos aqueles/as que seguem as baladas sertanejas de São Paulo já os conhecem, mas para quem ainda não teve o prazer, apresento a dupla Ewerton & Zanatta.



Os irmãos Ewerton & Zanatta nasceram em um berço privilegiado - uma família de artistas. Desde pequenos, ainda no Paraná, aprenderam com o pai a raiz do sertanejo. Privilégio de todos? Talvez não. Mas cabe lembrar que diante de um mercado tão acirrado como a música, ter conhecimento de berço é algo tão precioso, que pode sem dúvidas fazer diferença.
Há mais de 15 anos na estrada, Ewerton e Zanatta fazem shows nas principais praças da capital. Além disso, estiveram presentes no cruzeiro "É o amor". Para quem não os conhece, vale a pena escutá-los. Sinceramente, vou ter que revelar, o que mais me cativou nesses meninos foi a qualidade vocal. Com a ascensão do sertanejo universitário, a dupla vai aos poucos ganhando seu espaço.
Será essa a mais nova revelação da música brasileira? Isso só o tempo dirá...

Clique aqui e veja o trabalho da dupla.

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6 de maio de 2010

Plínio Marcos – o grande sucessor

Por Danielle Di Carla

“A arte não pode ser subordinada ao seu sujeito, pois nesse caso não é arte e sim biografia, e biografia é a malha através da qual a vida real escapa”. Foi exatamente com essa frase de Oscar Wilde que o jornalista, ator, dramaturgo e diretor Oswaldo Mendes iniciou o prólogo do livro Bendito Maldito, a mais completa biografia de Plínio Marcos, dramatugo santista considerado o sucessor de Nelson Rodrigues.

Por mais que eu não seja um olho assíduo por detrás das cortinas teatrais, reconheço como cidadã a importância de Plínio diante do cenário cultural brasileiro. Além de ir contra todos os paradigmas, Plínio Marcos de Barros é referência para todos aqueles que eternizam ou vivem para eternizar o nosso teatro. E por isso, muitas vezes me questiono “como” muitas pessoas não sabem sequer do que e para que dedicou-se o “Bendito Maldito”. E é para isso que hoje estou aqui.
Corajoso, impetuoso, sagaz – Plínio é orgulho especial para todos os santistas. Afinal, foi justamente em terras caiçaras que ele deu seus primeiros passos e realizou suas primeiras afrontas em liguagem cênica. Afrontas em uma época que como diria o jornalista Boris Casoy, “joelho” era palavrão. Suas palavras eram demasiadamente fortes para os tempos em que viveu. Seu enredo teatral mostrava a realidade sobre verdades escondidas. Sua linguagem estereotipada muitas vezes por palavrões exibia a retratação das angústias, sofrimentos e indagações do seu maior apreço – o povo. E foi pelo povo e para o povo que Plínio fez teatro. Durante a ditadura militar, barrado em sua maior tribuna, dedicou-se ao jornalismo, e como crítico esportivo, levou um olhar diferenciado às suas crônicas. Olhar pelo qual foi censurado e muitas vezes limitado de elevar suas personagens à categoria as quais mereciam. Através de Barrela, Dois Perdidos Numa Noite Suja, Mancha Roxa, entre outras, Plínio retratou em seus enredos as pessoas que estavam à margem da sociedade, detidas e submetidas à um momento que as proibiam de expressar-se.
Por fim, eu poderia ficar horas escrevendo sobre esse tal “Bendito Maldito”, mas não poderia fazê-lo em menos de quatrocentas páginas ou mais. Por isso, aos amantes, admiradores ou praticantes dessa mais nobre arte, finalizo esse post com um único adjetivo – admirável – talvez a mais simples definição para resumir a grandiosidade da obra de Plínio Marcos de Barros.

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Fotos: Divulgação